PROFISSÕES EM VIAS DE EXTINÇÃO


Foi-me sugerido (e muito bem!) que fosse lançado neste Blog um post onde se falasse e comentasse àcerca de Profissões em vias de extinção.
Por vezes é necessário que alguem dê estas sugestões, para que assim sejam lançados para a discussão assuntos de interesse. (e este é um deles!)
Embora não seja do conhecimento de muita gente, informo que existe um site criado pelo nosso amigo e conterrâneo Luis Marrocano, com esse título com o seguinte endereço: www.profissoesemextincao.no.sapo.pt
Este site foi criado já em 24/05/2001, e pelo que poderemos constatar, não "evoluiu" muito. O nosso amigo Luis lançou-o,mas como não foi devidamente publicitado, ficou-se por ali.
Já agora, uma sugestão: O autor de www.viladoferro.blogspot.com amigo Helder (a quem dirijo os meus parabens, pelo aniversário deste blog - bem lembrado pelo comentador Henrique - )poderá, se assim o entender criar um link com o endereço referido. Acho que vale a pena
Fica aqui então a sugestão.
Muito se poderá escrever, relembrar sobre estas profisões que ou estão em vias de extinção, ou já foram extintas há muito tempo!
Há concerteza muita informação a passar aos mais jovens!

Comentários

Anónimo disse…
está visto que o senhor tem de fazer post de outra indole, pois os má-lingua e os parasitas gostam de falar é mal de quem trabalha;
Helder Cordeiro disse…
É com agrado que divulgo todos os sites e blogs dos nossos cibernautas
Tó Elias disse…
Ora aí está. tal como foi sugerido, o site do nosso amigo Luis já cá canta.
Ao entrarmos no referido, damos conta que muito mais se poderá fazer. Dêm sugestões.
O site está um bocadito lento, mas só podia ser, uma vez que foi criado pelo nosso rapidissimo amigo L. Marrocano, eheheheh
Um abraço Luis
Anónimo disse…
O ALBARDEIRO


A revolução "industrial" deste século, arrumou com os animais de trabalho e carga, e substituiu-os por tractores.

Naquele tempo...os burros, cavalos, machos e éguas, eram as "máquinas" dos pobres agricultores, que trabalhavam de sol a sol.

Estas alimárias, serviam ao arado, carregavam com as cangalhas e alforges, a troco por vezes de uma faixa de palha, um balde de maçãs ou batatas porqueiras.

Mas, precisavam também do assento para a comodidade do "condutor"... a célebre albarda..

Aí, entrava então a mão do mestre albardeiro, que por encomenda, "vestia" o animal, fazendo a prova.

Tirava medidas ao lombo do bicho, e fazia-lhe o "casaco" à medida, que era seguro por correias de sola atadas na pança do animal.

O Ti Jaquim Albardeiro, o último artesão conhecido, bordava a albarda, depois de cozida à sovela, com tranças de lã, das mais variadas côres.

Eram lindas estas peças.À frente arrendondadas, e atrás terminando em bico, onde os putos se agarravam, quando o bicho "tocava" em correria.

E quantas vezes, marchava arroxada, no corpo do pobre jumento.

Que culpa tinha ele, de ter ficado esquecido pelo dono à porta da taberna, e lentamente ter começado, por força da fome, a rapar na palha que enchia a sua albarda.
Anónimo disse…
Ò Zeca e não havia um que colocava os "sapatos" no bicho!
Anónimo disse…
Pois havia, Henrique.

O FERRADOR

O Ti Luis Ferrador, era um homem baixinho, cuja oficina estava instalada, por debaixo da sua habitação, ali ao Largo dos Madeiros.

Homem simples e de trato fácil, lá ia atendendo os seus " clientes ", consoante o diagnóstico da mazela.

O principal trabalho, era o ferrar das alimárias.

Os donos da bestas, chegavam à oficina e prendiam-nos a uma ferradura encravada na parede, esperando a sua vez.

Lá dentro, a oficina de terra batida, era um pouco escura, que a luz é cara.

Só depois de habituados à negridão é que começavamos a " enxergar " os varais em madeira, onde os bichos eram amarrados, para evitar o coice.

Em frente, uma singular manjedoura, onde o animal ia roendo palha ( oferta do empresário), enquanto o artista lhe aplicava "os sapatos".

Colocando o avental de sola, lá ia de pata em pata, cortando e limando os cascos, ao mesmo tempo que, com a forja acesa, ia acertando a ferradura à medida de cada casco.

Medidas feitas, de martelo em punho, ia enterrando os cravos no casco, cuja ponta afiada ia amolando com as orelhas do martelo, depois de saírem no exterior, desse mesmo casco.

Machos, éguas, burros,cavalos, bois e vacas, vinham ao ferrador.
Aos bois e vacas, aplicavam-se os canêlos.



Os machos eram os mais teimosos e traiçoeiros, dando muito trabalho, em tardes de mosquedo." Quieto com o rabo ", dizia ele!!

Mas não ficava por aqui o trabalho deste homem.

Os animais doentes passavam por lá, onde lhes aplicava a injecção da ordem, comprada na Vila, através de uma " xaringa " enorme, que mal lhe cabia na mão.Cada litrada, meu Deus!!

Uma vaca, que partisse um corno,lá ia ao ferrador, que ajeitando os óculos de ver ao perto, aplicava uma cola a ferver, côr sangue de boi, voltando assim a " enfeitar " a dita, para alegria do dono.

É que vaca sem corno, vale menos no mercado!!!

Nunca me apercebi, como é apanágio dos ferradores, se arrancava dentes ou não e se dava injecções às pessoas.

Sei, é que esta profissão acabou!!

Em frente à sua oficina, trabalhava um sapateiro.
Desse, falaremos mais tarde.
Anónimo disse…
A propósito do ferrador podemos tratá-lo pelo nome técnico que é SIDEROTÉCNICO. Com este título até poderá ser chamado para ministro.
Anónimo disse…
uma explicacao desta so pode ser do corrector de portug~es.
com uma inteligencias dessas até se pode candidatar a presidente de todos os ferrenses
Anónimo disse…
Três erros num pequeno texto e, como se isso não bastasse, dois deles na mesma palavra ( inteligência está no plural e não tem acento circunflexo). Volta três anos atrás nos teus estudos e regressa à 1ª classe.
Anónimo disse…
és lindo!!!!!!!!!!!!!!!
inteligência tem de ser no singular!!!! tu e mais ninguém!
A avaliar pelo comentário, deves ser um bom jogador de monópólio... desça duas casas.... e volte ao princípio)
Anónimo disse…
Tem de ser no singular, sim. Repara então no erro de concordância que cometeste ao dizer "uma inteligencias"
Ah! Ah! Ah!
Anónimo disse…
tão letrado e não entendeu..... quando digo que tem de ser no singular, refiro-me a ti.
quero lá saber dessas concordâncias....
Tó Elias disse…
Para o amigo Professor L.A.M, aqui vai uma boa para ele corrigir.
Será que este Encarregado de educação é um dos ex alunos desta nova vaga de professores?
Um abraço

A Avaliação por parte dos Encarregados de Educação já começou!

Carta de uma encarregada de educação...

" Ao concelho executibo da escola
Á dos roubados
2300 -564 Lavoura de cima

Com base nos pedidos da sra. Minista aqui fica a minha avaliacao dos prufessorês do meu educandu, o Zé augusto silba, assim são:

Portugues: dois pontos, é aplicada e gosta muito dos poemas mas isso na mata a fome a ninguém, eu cá axo que essa disciplina debe ser acabada, nos sabemos muto bem falr e escreber por isso e perca de tempo.

Ingles: três pontos, axo muto bem esta disciplina, e muito educatiba e o me Zé tame sempe a dizer "fuc iu", o que quer dizer "gosto muto de ti mãe", lindo.

Frances: dois pontos, isto dos aveces já foi tempo, agora o pessoal esta mais virado para a Alemanha lá ganhase muto mais assim aprender esta coisa é dispenssavel, devia acabarse com ela.

Historia: Eu cá quando andaba na escola gostaba muto de istoria, isto e que era cada um contaba uma istoria, ainda me lembro daquela do ti badelhas, quando ele caio com o burrico e lá se foram as nespereas aquilo é que foi rire as gargalhadas, gosto muto quatro pontos.

Geografia: O me Zé gosta muto ele ate sabe onde se faz a coca, e na colômbia, ele bebe muta coca cola, eto lhe sempre a dizer Zé isso fazte Mali mas ele na me oube, quatro pontos.

Matematica: um ponto, esta disciplina devia acabar o me Zé chega sempre a casa com dore de cabeca já na sei que lhe dé pras dores, e muto violenta a disciplina e o sacana do prufessorê até quer que o miudo traga trabalho pra fazer em casa vejam so, como se o cachopo já na tivesse cosas pra fazer.

Ciencias-naturaes: tres pontos, o me Zé ate gosta disto ele aprendeo que os sapos e as rans tamem fazem o amor, foi lindo ele a correre atraz da irmã pra lhe mostare como se faz, bem o me marido foi dar com ele atraz da ovelha jaquina foi uma sorte, na fosse o raio do gaiato apanhar a tal da siva e era mau.

C. Fisica e quimicas: um ponto, atao na e que o raio do prufessorê me queimou as pestanas do me Zé, o cachopo chegame a casa todo qemadinho das pestanas, isto e um prigo esta disciplina devia acabare e mai nada.

Ed. Fisica: cinco pontos, axo muto bem fazer o me Zé levantarse da cadera e correre, ate proque ca em casa ele esta sempre a correre atraz da irmã aquilo e que são os dois marotos sempre na brincadera, outro dia ate ele já estava com as calcas na mão e ela a correre a frente dele mas o sacana consegio memo assim apanhar a mosoila, ele e rápido.

Ed. Tecnologica: cinco pontos, axo muto bem o mosoilo aprendere uma prufissao, sim de eletrisista ele ate tem futuro na cosa, axo muto bem.

Of. Esprecao prastica: um ponto, na axo bem os miudos tarem a
trabalhare com prastico aquilo e muto prigoso faz male os oios e a cabeça, deviam acabare com esta disciplina.

Area projeto: um ponto, aqui na nossa cidade na temos áreas pelo que eu ca axo que esta disciplina devia acabare.

Est. Acompanhado: cinco pontos, axo muto bem os miúdos estudao melhores acompanhados que sozinhos, muto boa esta disciplina ate deviam dare uma medalha ao prufessorê que os acompanha nos estudos.

Form. Civica: um ponto, atao o me filho na sabe se comportare qé la isso, eu deilhe muta educacao e ele ate sabe que na deve arrotar a frente das outras pessoas, so a traz, orta bem o me filho e muto bem educado.

Tec. Inf. Comunicacao: quatro pontos, isto dos computa dores tem muto que se lhe diga, o mocoilo agarrase aquilo e na vem ai nada, mas eu já sei quase tudo ele esplicoume como se eu fose muto burra, assim axo que isto dos computa dores e muto bom e e um emprego de futuro assim como o eletrisista.

Ao diretor da turma e muto boa pessoa ate lhe dei uma dusia dovos e duas galinhas da minha criacao pra ver se ele na chumbava o me Zé, e
ele na chumbou mas teve de la ir o me marido com a xaxola e dizerlhe que lhe partia os cornos pra ver se ele na deu logo a positiva ao rapaz, e muto boa pessoa o sr. diretor, quatro pontos.

Bem ajam e pró ano vai ser melhore, com cumprimentos mutos,
Purificacao das anjos."
Anónimo disse…
Gostei desta.Poderá não ter nada de ridículo e corresponder à avaliação de alguns encarregados de educação, sobretudo a dos ovos e da galinha.
Por influência de um ilustre cidadão da terra onde me encontro, de todos bem conhecido, dou 20(vinte) valores.
Tó Elias disse…
Um grande abraço de solidariedade para o nosso amigo que este ano foi destacado (desterrado) para tão longinquas paragens.
Como já escrevi mais que uma vez, esta classe está cada vez mais injustiçada. Só quem não acompanha alguns casos, não lhes dá valor.
Por isso acho que pelas notícias que nos vão chegando, esta, poderá ser, daqui a uns tempos, UMA PROFISSÃO EM VIAS DE EXTINÇÃO.
Calma, amigo pode ser que melhores dias venham, e a situação melhore um pouco.
Um abraço
Anónimo disse…
O SAPATEIRO

O Ti Zé Campos, era um homem dos diachos.

Canhoto por natureza, natural da Peroviseu, esticava os poucos cabelos que possuía, para encobrir a careca luzidia, que ao longo dos anos alcançou.

Andou pela França, em tempos que ainda ninguém pensava, vir a ser o principal País da nossa emigração.

Voltou, casou no Ferro, e aí se estabeleceu como sapateiro, frente a frente ao ferrador, a seguir ao alto dos Madeiros.

Nos dias de trabalho, envergava calças de sarja à jardineira, sentava-se numa pequena cadeira de palha, na oficina que ficava por debaixo da sua habitação.

Na mesa de sapateiro, colocava os martelos, a sovela, a linha encerada, tendo por baixo desta, uma pia com água, onde remolhava a sola para depois ser batida.

Os putos gostavam de observar o seu trabalho, e pela sua irreverência, gozavam-no e fugiam.

Quando os lá apanhava, agarrava-os pelo cabelo, e com a régua de afiar facas, enfiava-lhes um par de " nalgadas", que os punha a " ganir e a cabanir " dali para fora.

Ou então, ao coser as meias-solas, puxava a linha com tanta força, apanhando-os distraídos, com a cotovelada da ordem.

Senhor do seu nariz, contava façanhas e histórias da sua vida.

Mesmo quando questionado, sobre coisas que não sabia, não dava parte fraca, e avançava logo com teorias e explicações.

Viciado nas cartas, a sueca era a sua perdição. Quando ganhava, encostava-se à cadeira, mostrando aquele sorriso de vencedor,trincando a unha do dedo grande da mão esquerda, enquanto beberricava o portinho habitual.

Quando perdia, " assoprava " por todos os cantos e o parceiro é que as pagava.." és um burro...".

Na oficina, batia a sola para botas e botins, toda cravadinha de protectores, que até faziam lume na calçada

Se os amigos o visitavam, berrava lá para cima: " Elvira, traz lá três copos..."

Quando algum cliente mais exigente, desfazia no seu trabalho,
tinha com certo a resposta do Ti Zé Campos: " Pariu..., se não estás contente vai ao vizinho".

O vizinho.... era o ferrador!!
Tó Elias disse…
Pois, quem da nossa geração não se lembra levar umas "nalgadas" de régua, com aquela destreza de esquerdino.
Sorrateiro, deixava-nos passar ao alcance do braço e... zás, já as mamaste!
Tambem me lembro, que este ilustre sapateiro, nunca recusava uma engraxadela de sapatos feita self-service, mas para tal, a troco de dessa engraxadela, tinhamos de pagar com uma boa dose de engraxar "obra" que estava para entregar ao cliente.
Aquele frasco de tinta dependurada como um "nagalho" na banca, pincel quase sem pelos, lata de graxa, e vai de puxar lustro ao artigo.
A conselho do artista, para a coisa ficar mesmo a brilhar, nada como uma boa cuspidela. E não é que o sapato, bota ou botim, brilhavam que nem um espelho?
Era tambem o local preferido de todos, para saber das novidades da nossa terra, e ouvir histórias mais antigas, pois o nosso saudoso Zé Campos, tinha mesmo muita coisa para contar.
Era uma figura respeitada por quase toda a gente, sendo mesmo confidente de muita gente, sem esquecer que nunca recusava um pedido a ninguém, para "avaloar" qualquer terreno, casa, ou o que houvesse, para vender, comprar ou "partir"
Se a conversa não lhe agradava, como já foi referido, rematava a mesma sempre da mesma maneira:
f....p..., f... p..., pariu!
Ainda hoje em jeito de brincadeira esta frase é utilizada por muitos de nós.
Foi realmente um homem que deixou saudades a muta gente

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Fim…